A AMBIGUIDADE NA REPRESENTAÇÃO QUEER NO GIALLO

Victor Ozanan Diório Simões

Resumo


A monografia tem como objetivo identificar as características principais e o
contexto histórico do giallo, importante filone dentro da história do cinema de horror mundial, além de analisar dentro do corpo desses filmes como eram retratados personagens queer. Para entendermos melhor a tensão na representação desses personagens, foi apresentado o contexto no qual surgiu o giallo, nas décadas de 1960 e, principalmente, 1970. O giallo, como um filme de mistério-horror, é apresentado em relação ao mercado de produção e consumo da Itália. Leva-se emconsideração nesse trabalho a forma diferenciada como os produtores italianos enxergavam a questão de gêneros cinematográficos, além de levantar questões que contribuíram para o sucesso do filone, em especial no período “clássico”, entre 1970 e 1975. Para entendermos melhor a relação desses filmes com a representação de
personagens queer, analisamos a relação do giallo com questões da modernidade, em especial da revolução sexual que havia se iniciado no final dos anos 1960. A tese levantada nesse trabalho indica que, apesar da visão da sexualidade queer ainda como uma representação do “Outro” como algo monstruoso, esses filmes apresentavam personagens queer na maioria das vezes de forma explícita. Por causa disso, certas representações eram ofensivas mas ao mesmo tempo presentes e relacionadas a trama. Essas representações também podiam ser usadas para desorientar o espectador, chocar a platéia e, algumas vezes, ainda que somente no subtexto, apresentar as sexualidades queer sob uma nova luz diante da modernidade que tomava a sociedade italiana e europeia.


Texto completo:

PDF

Apontamentos

  • Não há apontamentos.