ENTRETEMPO: Experienciação de uma tessitura

Luisa Alves Regis

Resumo


O que se segue é não a criação ou o aprofundamento de um conceito, a partir de um objeto dado a priori, mas algo que se cria no momento mesmo em que é escrito, existe fazendo-se e, fazendo-se, muda. Constitui-se enquanto criação de conexões, enlaces, entrelaçamentos de camadas que se justapõem, ligam-se, existem em relação a. Estão lado a lado sem que haja uma hierarquia entre elas.

Camadas que se criam enquanto textura na tessitura dessa trama, que se constrói de presença, presentificação; que acontece numa procura, um desvelo, um manifestar daquilo que é, que está sendo.

Uma trama que se faz da conjugação de multiplicidades, dos vazios e do que está fora. Uma teia onde dialogam fragmentos de diferentes naturezas, diferentes esferas de conhecimento. Mesclam/misturam/borram-se pedaços de subjetividades, imaginários, memória, criação, questões ideológicas, éticas, culturais, espaciais, temporais; que são/formam-se/constituem-se na relação.

Num vai e vem de pensamentos, a ideia é menos encontrar soluções do que levantar perguntas; é testar, colocar-se em questão. Não se sabe aonde se quer chegar, o que vai sendo escrito acontece no presente, pulsa naquilo que dura, varia. O que aqui se pensa não se encerra em uma finalidade, o que importa é o processo, o fazer.

Gostaria, no entanto, de estabelecer ligações que fossem abertas, que possibilitassem também um diálogo com aquele que lê. Seus pensamentos, sensibilidades, as conexões que fazem com o texto, tornam-se novas camadas do mesmo. Novas dimensões se abrem, são descobertas, criadas, recriadas, fazendo com que se transforme a cada olhar.


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